quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Eu, a minha realidade e os meus preceitos


Há historiadores que afirmam que os avanços da Humanidade são frutos de suas necessidades. Assim, a Escrita surgiu como forma de conter a necessidade de nominar as quantidades por exemplo. 

Estamos na primeira década do século XXI e eu pergunto a mim mesmo - Até quando estaremos presos em nosso individualismo?

Sim.  Estamos presos ao nosso egoismo e falsa sensação de amor próprio que o orgulho nos dá. Pra mim, enquanto o Eu for o universo de minha realidade estaremos fadados a infelicidade no pior sentido. Não falo do sentido filosófico que propôs o maior filosofo de todos os tempos, Sócrates. Aliás ele há 4 mil anos atrás trouxe o "eu" e já nos ensinava a necessidade de buscar em nós as origens dos males que vivemos. Quero falar no sentido menor do eu. O sentido da indiferença com a dor alheia, do desejo de ser servido e nunca servir, do jeitinho brasileiro e por aí  vai. 

A nossa realidade está sim atrelada aos nossos "preceitos". Somos cristãos e no entanto não seguimos o mais importante preceito que amar ao próximo como a si mesmo! Vivemos no Baile de Máscaras das futilidades e das celebridades, onde o ter e o parecer prevalecem. Hoje, a crise econômica que vivemos é fruto também deste preceito consumista e tem a nossa parcela nisto tudo. 

Enquanto eu votar no vereador porque ele vai asfaltar a minha rua (isso não é atribuição do vereador), aceitar o troco a mais e me silenciar e aceitar esta hipocrilandia deslavadamente será atual este pensamento de Rui Barbosa  “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se de justiça e ter vergonha de ser honesto.”  E aí vamos nos silenciar até quando? 

Precisamos mudar os nossos preceitos urgentemente! Afinal de contas, enquanto o nosso universo for nosso umbigo e  as nossas mazelas forem os nossos gigantes, jamais avançaremos. Está certo que em termos de pensamento humano andamos com passos de formiga, parafraseando Lulu Santos. 

O comodismo é o mal de todos os séculos e principalmente do século XXI. Falar de corrupção, educação ou qualquer aspecto da vida humana sem refletir sobre os nossos preceitos é fazer um discuso mais do mesmo, é a reprodução da moral de cueca, é ser em última análise  A tua piscina tá cheia de ratos/Tuas ideias não correspondem aos fatos como poetizou Cazuza dando a grande lição de que  o tempo não para e de forma célere derruba em instantes tudo o que pensamos.

Sei que me estendi, mas é pra demonstrar que a vida é assim. Não adianta nos emburrarmos! É preciso saltar os nossos muros interiores e avançarmos nas nossas conquistas, buscando o ser (a nossa realização máxima) para não ser mais um numa multidão de falsos preceitos.  

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