terça-feira, 22 de setembro de 2015

A grande sala dos espelhos


O que se se percebe quando se fala em escola pública, que ela sofre além das políticas de desmonte da educação promovidos pelos diferentes governos, que adentram todos os dias demandas que não são de nossa alçada direta, mas que afetam as nossas rotinas.
É a banalização da sexualidade, a desestrutura familiar, a violência, o consumo e venda de drogas e aí por diante. O que gera um ambiente desconfortável e desfavorável ao aprendizado.

Aliás o aprendizado tem sido renegado a último plano na Educação Pública Brasileira. Até quando isso vai ficar assim? Professores desmotivados, frustrados e depressivos. Quantos são os casos de profissionais da Educação Pública que são vítimas da depressão!

Isso sem falar dos alunos de inclusão, que em escolas que não tem nenhuma acessibilidade sofrem, sem contar dos inúmeros casos de Bullying que estes são vítimas de colegas de classe ou como já presenciei, a não aceitação deste aluno perante os demais.

Isso tudo são demandas que precisamos olhar e cobrar políticas públicas. Enquanto nós professores servimos de médicos, psicólogos e tudo menos sermos agentes de aprendizado, estaremos contribuindo para este caos. Nunca me esqueço de um ex-vice diretor que num momento de desabafo, nos disse “Enquanto quebrarmos o galho, as soluções serão empurradas pela barriga pelos governos”. 
Não estou propondo a insensibilidade diante das mazelas sociais e tudo ou mais que nos circunda, mas sim a cobrança de políticas que realmente atendam estas demandas, sem paliativos.

As escolas públicas precisam de um amparo psicológico aos grupos de docentes, de assistentes sociais, de policiamento e outros serviços públicos que as nossas instituições tanto precisam!
Não dá mais pra empurrar com a barriga! Sim sabemos que as escolas são reflexos de suas comunidades, elas nos servem de espelhos que refletem este caos, entretanto nós professores não podemos carregar estes fardos que de veras é muito pesado. Não basta a burocracia documentacional que nós docentes temos, ainda recaem em nossos ombros, estas demandas. Isso é o mito do professor herói, aquele que pensa ser o Salvador da Educação Brasileira. Claro que podemos mudar os nossos ambientes, mas sozinhos é como Dom Quixote de Cervantes, lutando contra os “moinhos”.

Precisamos de mais amparo de nossas comunidades e da sociedade e acabar com o processo de depósito de pessoas que muitas instituições viraram. Também é necessário, lutarmos contra o paternalismo do Sistema Estadual de Educação do RS, que terá em seguida os piores resultados, fruto de uma política que além de sucatear as escolas, também desampara-nos tanto em recursos como em legislação em muitos casos.


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